Pré-modernismo
Principais autores
Os escritores do pré-modernismo foram responsáveis por dar início às novas tendências que inspiraram os modernistas de 1922. Entre os autores mais lembrados estão Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, Lima Barreto, Augusto dos Anjos, Graça Aranha, Raul de Leôni e Simões Lopes Neto.
Vamos conhecer um pouco sobre alguns artistas mais importantes desse período e suas respectivas obras!
Euclides da Cunha (1866 – 1909)
Nasceu no Rio de Janeiro, foi jornalista, escritor, poeta, historiador, engenheiro e professor. Ingressou na Escola Politécnica para estudar Engenharia Civil e estudou, também, na Escola Militar da Urca, no Rio de Janeiro, de onde foi expulso.
Mudou-se para São Paulo onde passou a trabalhar no jornal O Estado de São Paulo. Como jornalista, foi convidado a viajar para Canudos para fazer cobertura jornalística do conflito.
A Guerra de Canudos (1896 – 1897) foi um movimento popular de cunho religioso, na Bahia, que inspirou um dos mais importantes livros desse período, Os Sertões. A obra narra a saga do povo sertanejo em sua luta diária contra os desmandos da elite. Euclides da Cunha testemunhou o evento durante três semanas e pôde mesclar estilos da prosa artística e da prosa científica.
Não é errado entender Os Sertões como um livro de Sociologia ou de História, pois a junção do trabalho jornalístico com o trabalho literário conferiu à obra narrativas reais da vida cotidiana do sertanejo. Teve várias adaptações para o cinema e o teatro.
Além desse livro, Cunha foi autor também de A Guerra do Sertão, As Secas do Norte, Civilizações, A Margem da História, entre outros livros.
Foi assassinado, em agosto de 1909, na cidade do Rio de Janeiro.
Monteiro Lobato (1882 – 1948)
Nasceu em Taubaté, São Paulo, foi escritor, tradutor, ativista político, diretor e produtor. Nessa época, os livros brasileiros precisavam ser editados em Paris ou Lisboa, até que Lobato passou a editar livros no próprio país.
É bastante conhecido pelo público infantil por suas obras e seu estilo de escrita simples. Autor do Sítio do Picapau Amarelo, foi o criador de personagens como Visconde de Sabugosa, Cuca, a boneca Emília, Saci Pererê, Rabicó, entre outros.
Sua contribuição para o período pré-modernista se fez em várias obras, entre elas Cidades Mortas, na qual denunciou o cotidiano das cidades cafeeiras de São Paulo, a decadência econômica e o comportamento das pessoas. É autor também de A Menina do Narizinho Arrebitado, Urupês, Problema Vital, O Garimpeiro do Rio das Garças, O Macaco que Se Fez Homem, entre outros.
Suas histórias foram adaptadas para a televisão e até hoje fazem parte do imaginário infantil. Em 2017, o Ministério da Cultura lançou um prêmio de literatura infantil que leva o nome do escritor.
Monteiro Lobato defendia as riquezas naturais do país, como o ferro e o petróleo. Chegou a enviar uma carta com críticas a Getúlio Vargas e foi preso. A luta pelo petróleo o deixou doente, o que resultou em um derrame fatal em 1948.
Urupês (conto) - Monteiro Lobato
Bocatorta (Monteiro Lobato)
Lima Barreto (1881 – 1922)
Nascido no Rio de Janeiro, Lima Barreto foi escritor e jornalista. Foi um grande crítico do ufanismo e do positivismo em suas obras, nas quais tecia críticas às mazelas sociais. Boa parte de suas obras foram descobertas e publicadas após sua morte.
Sua principal obra foi Triste Fim de Policarpo Quaresma, escrito em tom coloquial. O livro narra a história de um funcionário público, Policarpo Quaresma, que em uma de suas ações reconhece o tupi como idioma principal do Brasil em sinal de valorização da cultura brasileira. O personagem principal ainda tece duras críticas ao presidente Marechal Floriano e acaba sendo condenado ao fuzilamento.
Lima Barreto faleceu, aos 41 anos, por doenças cardíacas, em novembro de 1922, na cidade do Rio de Janeiro.
fonte:
(acesso em 19.06.2020).
DOCUMENTÁRIO:
Lima Barreto - Um Grito Brasileiro
Curiosidades
- No dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel ia assinar em praça pública a Lei Áurea. Entre as pessoas que comemoravam a abolição estava o menino mulato, Lima Barreto, que aniversariava naquele dia. Guiado pela mão do pai, via uma multidão de escravos que aguardavam a liberdade. Muitos anos mais tarde, essas recordações marcaram sua obra.
- Ao se matricular na Escola Politécnica, Lima Barreto é interpelado por um veterano: “Onde já se viu um mulato com nome de rei de Portugal?”
- Quando cursava a faculdade, Lima Barreto estudava pouco, preferia ler os filósofos e publicar artigos no jornal da faculdade, assinando com o pseudônimo de “Momento de Inércia”.
Obras de Lima Barreto
- Recordações do Escrivão Isaías Caminha, romance, 1909
- Aventuras do Dr. Bogoloff, humor, 1912
- Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance, 1915
- Numa e Ninfa, romance, 1915
- Vida e Morte de M. J. Gonzaga e Sá, romance, 1919
- Os Bruzundangas, sátira política e literária, 1923
- Clara dos Anjos, romance, 1948
- Coisas do Reino do Jambon, sátira política e literária, 1956
- Feiras e Mafuás, crônica, 1956
- Bagatelas, crônica, 1956
- Marginália, crônica sobre folclore urbano, 1956
- Vida Urbana, crônica sobre folclore urbano, 1956
Em quadrinhos:
A partir deste conto foi escrita uma novela da rede Globo:
Fera Ferida. https://www.youtube.com/watch?v=sSW77zhY6iQ
Fera Ferida. https://www.youtube.com/watch?v=sSW77zhY6iQ
Filmes baseados em obras:
Policarpo Quaresma, o Herói do Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=mSSTpFHl3J0
Filme produzido pela turma do 1º Ano de 2016 da escola Maxime Centro Educacional ( Guarapari - ES ).
Projeto de cinema idealizado pela professora de Mariana Atallah.
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