terça-feira, 23 de junho de 2020

Pré-modernismo - principais autores e links

Pré-modernismo 


Principais autores


Os escritores do pré-modernismo foram responsáveis por dar início às novas tendências que inspiraram os modernistas de 1922. Entre os autores mais lembrados estão Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, Lima Barreto, Augusto dos Anjos, Graça Aranha, Raul de Leôni e Simões Lopes Neto.
Vamos conhecer um pouco sobre alguns artistas mais importantes desse período e suas respectivas obras!

Euclides da Cunha (1866 – 1909)

Nasceu no Rio de Janeiro, foi jornalista, escritor, poeta, historiador, engenheiro e professor. Ingressou na Escola Politécnica para estudar Engenharia Civil e estudou, também, na Escola Militar da Urca, no Rio de Janeiro, de onde foi expulso.
Mudou-se para São Paulo onde passou a trabalhar no jornal O Estado de São Paulo. Como jornalista, foi convidado a viajar para Canudos para fazer cobertura jornalística do conflito.
A Guerra de Canudos (1896 – 1897) foi um movimento popular de cunho religioso, na Bahia, que inspirou um dos mais importantes livros desse período, Os Sertões. A obra narra a saga do povo sertanejo em sua luta diária contra os desmandos da elite. Euclides da Cunha testemunhou o evento durante três semanas e pôde mesclar estilos da prosa artística e da prosa científica.
Não é errado entender Os Sertões como um livro de Sociologia ou de História, pois a junção do trabalho jornalístico com o trabalho literário conferiu à obra narrativas reais da vida cotidiana do sertanejo. Teve várias adaptações para o cinema e o teatro.
Além desse livro, Cunha foi autor também de A Guerra do Sertão, As Secas do Norte, Civilizações, A Margem da História, entre outros livros.
Foi assassinado, em agosto de 1909, na cidade do Rio de Janeiro.

Monteiro Lobato (1882 – 1948)

Nasceu em Taubaté, São Paulo, foi escritor, tradutor, ativista político, diretor e produtor. Nessa época, os livros brasileiros precisavam ser editados em Paris ou Lisboa, até que Lobato passou a editar livros no próprio país.
É bastante conhecido pelo público infantil por suas obras e seu estilo de escrita simples. Autor do Sítio do Picapau Amarelo, foi o criador de personagens como Visconde de Sabugosa, Cuca, a boneca Emília, Saci Pererê, Rabicó, entre outros.
Sua contribuição para o período pré-modernista se fez em várias obras, entre elas Cidades Mortas, na qual denunciou o cotidiano das cidades cafeeiras de São Paulo, a decadência econômica e o comportamento das pessoas. É autor também de A Menina do Narizinho Arrebitado, Urupês, Problema Vital, O Garimpeiro do Rio das Garças, O Macaco que Se Fez Homem, entre outros.
Suas histórias foram adaptadas para a televisão e até hoje fazem parte do imaginário infantil. Em 2017, o Ministério da Cultura lançou um prêmio de literatura infantil que leva o nome do escritor.
Monteiro Lobato defendia as riquezas naturais do país, como o ferro e o petróleo. Chegou a enviar uma carta com críticas a Getúlio Vargas e foi preso. A luta pelo petróleo o deixou doente, o que resultou em um derrame fatal em 1948.

Urupês (conto) - Monteiro Lobato

Bocatorta (Monteiro Lobato)

Lima Barreto (1881 – 1922)

Nascido no Rio de Janeiro, Lima Barreto foi escritor e jornalista. Foi um grande crítico do ufanismo e do positivismo em suas obras, nas quais tecia críticas às mazelas sociais. Boa parte de suas obras foram descobertas e publicadas após sua morte.
Sua principal obra foi Triste Fim de Policarpo Quaresma, escrito em tom coloquial. O livro narra a história de um funcionário público, Policarpo Quaresma, que em uma de suas ações reconhece o tupi como idioma principal do Brasil em sinal de valorização da cultura brasileira. O personagem principal ainda tece duras críticas ao presidente Marechal Floriano e acaba sendo condenado ao fuzilamento.
Lima Barreto faleceu, aos 41 anos, por doenças cardíacas, em novembro de 1922, na cidade do Rio de Janeiro.
fonte:
(acesso em 19.06.2020).
DOCUMENTÁRIO:  

Lima Barreto - Um Grito Brasileiro



Curiosidades
  • No dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel ia assinar em praça pública a Lei Áurea. Entre as pessoas que comemoravam a abolição estava o menino mulato, Lima Barreto, que aniversariava naquele dia. Guiado pela mão do pai, via uma multidão de escravos que aguardavam a liberdade. Muitos anos mais tarde, essas recordações marcaram sua obra.
  • Ao se matricular na Escola Politécnica, Lima Barreto é interpelado por um veterano: “Onde já se viu um mulato com nome de rei de Portugal?”
  • Quando cursava a faculdade, Lima Barreto estudava pouco, preferia ler os filósofos e publicar artigos no jornal da faculdade, assinando com o pseudônimo de “Momento de Inércia”.

Obras de Lima Barreto

  • Recordações do Escrivão Isaías Caminha, romance, 1909
  • Aventuras do Dr. Bogoloff, humor, 1912
  • Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance, 1915
  • Numa e Ninfa, romance, 1915
  • Vida e Morte de M. J. Gonzaga e Sá, romance, 1919
  • Os Bruzundangas, sátira política e literária, 1923
               https://www.docsity.com/pt/os-bruzundangas-lima-barreto/4736294/

  • Clara dos Anjos, romance, 1948
  • Coisas do Reino do Jambon, sátira política e literária, 1956
  • Feiras e Mafuás, crônica, 1956
  • Bagatelas, crônica, 1956
  • Marginália, crônica sobre folclore urbano, 1956
  • Vida Urbana, crônica sobre folclore urbano, 1956
https://www.docsity.com/pt/contos-de-lima-barreto-afonso-henriques-de-lima-barreto/4796417/


Em quadrinhos:


A partir deste conto foi escrita uma novela da rede Globo: 
Fera Ferida.    https://www.youtube.com/watch?v=sSW77zhY6iQ



Filmes baseados em obras:


Policarpo Quaresma, o Herói do Brasil

https://www.youtube.com/watch?v=mSSTpFHl3J0


Filme produzido pela turma do 1º Ano de 2016 da escola Maxime Centro Educacional ( Guarapari - ES ). Projeto de cinema idealizado pela professora de Mariana Atallah.

O Homem que sabia Javanês





quarta-feira, 18 de novembro de 2015

PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO




PRINCIPAIS AUTORES

- Mário de Andrade (1893-1945)
- Oswald de Andrade (1890-1954)
- Manuel Bandeira (1886-1968)
- Alcântara Machado (1901- 1935)
- Cassiano Ricardo (1895-1974)
- Menotti del Picchia (1892-1988)
- Guilherme de Almeida (1890-1969)
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
Oswald de Andrade


Pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
Oswald de Andrade


Poética

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto espediente protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor.

Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo.

Abaixo os puristas.
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.

De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar & agraves mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare.

- Não quero saber do lirismo que não é libertação.
Manuel Bandeira


A descoberta

Seguimos nosso caminho por este mar de longo
Até a oitava da Páscoa
Topamos aves
E houvemos vista de terra
os selvagens
Mostraram-lhes uma galinha
Quase haviam medo dela
E não queriam por a mão
E depois a tomaram como espantados
primeiro chá
Depois de dançarem
Diogo Dias
Fez o salto real
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha.
Oswald de Andrade

Os Sapos

Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.

Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".

O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.

Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.

O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.

Vai por cinquüenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.

Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas..."

Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".

Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- A grande arte é como
Lavor de joalheiro.

Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".

Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".

Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;

Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é

Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio...
Manuel Bandeira


Vício da fala

Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
Oswald de Andrade


Nova Poética (Manuel Bandeira)

Vou lançar a teoria do poeta sórdido.
Poeta sórdido:
Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida.
Vai um sujeito,
Saí um sujeito de casa com a roupa de brim branco muito bem engomada, e na primeira esquina passa um caminhão, salpica-lhe o paletó ou a calça de uma nódoa de lama:
É a vida

O poema deve ser como a nódoa no brim:
Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero.

Sei que a poesia é também orvalho.
Mas este fica para as menininhas, as estrelas alfas, as virgens cem por cento e as amadas que envelheceram sem maldade.

É exemplarmente observável no poema acima uma nova representação formal em que a métrica, a versificação, as rimas se fazem livres, tal qual o próprio conteúdo poético.

Também é relevante no modernismo a instituição do simples, do prosaico, do cotidiano na temática literária, mesmo que trazendo consigo reflexões, de fundo, complexas.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015


Provas do ENEM e simulados no site abaixo:

http://revistagv.blogspot.com.br/

Há duas espécies de artista. Uma composta dos que vêem as coisas veem consequência fazem arte pura, guardados os esternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. (...). A outra espécie é formada dos que veem anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...) Estas considerações são povoadas pela exposição da Sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e cia. [O Diário de São Paulo, dez/1917]

http://tigletras.blogspot.com.br/2012/06/polemica-anita-malfatti-e-monteiro.html

[...] Comigo, milhares de Paulistas, aprioristicamente, assim julgaram essa mulher singular que, quando não tivesse outro mérito, teria o de haver rompido, com audácia de arte independente e nova, a nossa sonolência de retardatários e paralíticos da pintura (BATISTA, 1985:87). [...] Quando defrontei as telas de Anita, comecei a matutar se a acidez de Lobato era justa, e acabei achando-o cruel e exagerado. (BATISTA, 1985:87)

Apelando para uma argumentação desrespeitosa para com a artista – na época uma mulher que buscava a profissionalização e com experiência no exterior (o que não seria pouca coisa para uma mulher brasileira, com defeito congênito, na segunda década do século passado) – transformaram essa profissional numa mulher apenas insegura, capaz de colocar entraves à sua própria produção a partir de uma crítica de jornal. (CHIARELLI, 2008:172).

sábado, 28 de setembro de 2013

    O fato de uma obra (brasileira) ter influenciado outra não a desqualifica. Ao contrário, engrandece a obra de Moacyr Scliar. Toda a polêmica em torno do plágio ocorre, por que o livro Max e os felinos foi  lançado em 1981 pelo escritor gaúcho. Aproximadamente 20 anos antes do escritor canadense publicar Life of Pi.